Também já chorei pelo Vasco...

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

É claro que este comentário remonta-se a uma notícia velha. O jogo do Vasco contra o Vitória aconteceu no domingo passado. Mas como, de qualquer forma, eu nem tinha este blog ainda, vou fazê-lo ainda que atrasado.

Depois da verdadeira chicotada psicológica, para lembrar a expressão daquele velho jogo português de simulação de gerenciamento de equipes de futebol, estava lendo algumas notícias sobre o rebaixamento do Vasco da Gama. Não entendo nada sobre o esporte. Definitivamente, não sou competente para comentar esse ou aquele lance do jogo, a campanha do time, a trajetória dos jogadores etc. Sou um zero à esquerda neste quesito. Mas isto não me impede de guardar certa emotividade em relação a um clube.

Por isto mesmo, nem me meto a discutir a má fase da equipe, os seu problemas técnicos, e a zaga que eu odeio do fundo do peito. A verdade é que há um tempo não a vinha acompanhando. Um misto de acúmulo de afazeres com certo desgosto. De fato, mais desgostos. A reiteração, ano após ano, da direção corrupta do Vasco foi o principal deles. Mas é que no gramado a coisa também não ia muito bem. Não me levem a mal. Não quero ser confundido com aquele torcedor que só aparece quando o time está ganhando, mas perder o Carioca todo ano na final para o Flamengo não diverte ninguém. Certo que isso não é motivo para abandonar o time. E, realmente, não foi o meu.

O que me chamou atenção nas notícias que li sobre o jogo de domingo é que, salvo raras exceções, elas não se esqueciam de comentar o choro do Pedrinho no final da partida. Para mim, torcedor recente do Vasco da Gama, se for levada em consideração toda a história do clube, esta não deixou de ser uma cena marcante.

Pedrinho foi revelado pelo Vasco em 1996. Mais ou menos a época em que comecei a acompanhar o time mais conscientemente, claro que sempre defasadamente (tinha nove anos de idade). Participou de um dos melhores plantéis do time que pude ver jogando, em 1997, quando foi campeão do Brasileirão naquele jogo fantástico contra o Palmeiras. Em 2000, também estava presente no título da João Havelange, bem como na derrota para Corinthians no Mundial da Fifa. Em minha opinião, não tem outra denominação: é, sem dúvidas, um símbolo da torcida vascaína dos últimos tempos. Claro que não se pode comparar a um Roberto Dinaminte, ou ao goleiro Barbosa. Mas entre os torcedores mais jovens, não são muitos os que não guardam, pelo menos, certa simpatia pelo jogador. Não é a toa que, depois de contundido em um jogo contra o Cruzeiro (1998), Pedrinho teve o costume de encontrar as portas do Clube abertas para o seu retorno.

Por tudo isto, acredito que as lágrimas do meio-campista guardem uma sinceridade profunda em relação à situação do Clube. Definitivamente, o rebaixamento não poderia vir em uma hora pior. A recente reviravolta política do Vasco, afastando a velha gestão Eurico Miranda, e colocando, em seu lugar, o craque e ídolo Roberto Dinamite, faz com que a derrota seja uma realidade ainda mais difícil de ser engolida. Durante o jogo era possível ouvir a torcida depositando a culpa no velho presidente. O comentário do jogador Madson, diga-se de passagem, o melhor do elenco vascaíno no último ano, durante sua saída de campo, entre lágrimas, deu a entender que concordava com a platéia. Não vi, até agora, nenhuma palavra que contradiga tudo isto. Principalmente em relação ao grande consenso: Dinamite não merecia. Muito menos Eurico Miranda, que não faz jus a nenhuma oportunidade que seja de conseguir crescer politicamente outra vez.

De minha parte, não foi desta vez, mas também já chorei pelo Vasco. Ora, uma das mais emocionantes partidas que assisti foi justamente Vasco e Corinthians, em 2000, na final pelo Mundial da Fifa. Nunca fui fanático por futebol, nem imaginei que poderia chegar a derramar lágrimas por ele. Mas ver o Helton agarrando o pênalti do Marcelinho Carioca que definiria o jogo se entrasse foi demais. É claro que a decepção de ver o Edmundo perder a cobrança seguinte foi mais avassaladora ainda. Sobre minha semi-greve ao futebol? Bem, está aí o motivo. Reclamando de barriga cheia, é claro, já que éramos Tetra no Brasileiro em cima do São Caetano. Coisa de torcedor, o que eu posso dizer?

De qualquer maneira, nunca deixei de acompanhar o Vasco da Gama completamente. Sempre estive preocupado de relance com sua situação nesta ou naquela competição. Acredito que o clube está entrando em uma nova fase e sou mesmo daqueles que põe fé no Dinamite. Sua chegada à presidência foi um dos motivos que me fez voltar a ser mais assíduo à torcida do time. É triste e sofrido o que aconteceu. A Primeirona é o lugar de direito da equipe brasileira pioneira a possuir um título internacional (Sul Americana, 1948) e a permitir jogadores negros entre seus escalados. Mas o Vasco é o time da virada, não é mesmo? Vejamos 2009.


1 comentários:

Mário Júnior disse...

Olha o blog do Eli funcionando! \o/

O rebaixamento do Vasco é triste. Não por ser inédito ou por ser um clube de grande prestígio e torcida que caiu, mas por ser uma marca negativa para uma nova forma de gestão no clube [personificada por Roberto Dinamite].

O Vasco vinha caindo devido aos anos de Eurico Miranda. Agora é o próprio Eurico que está querendo imputar a culpa do rebaixamento ao Dinamite (isentando-se dela) e "virar a mesa" dentro do clube, realizando eleições já no ano que vem.

Se isso acontecer (Eurico voltar), a "virada" que virá em 2009 pode não ser da B para a A, e sim da B para a C...

Ah, o Skylab postou sobre a queda do Vasco no blog dele: http://godardcity.blogspot.com/2008/12/queda-do-vasco.html